segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Aquela Mina

Tá vendo aquela mina?
Ela explode se alguém pisar
Mesmo que por acaso
Ela não cria caso
Só manda tudo pro ar

Tá vendo aquela mina?
Muitas vidas por um pouco dela
E esse pouco, muda vidas
somente ao sol, tonalidade amarela
Tal qual a luz no breu de avenidas

Tá vendo aquela mina?
Mesmo apagado prevalece
O desconhecido também fascina
O que sai da mina nos aquece
Ao incendiar, iluminan

Tá vendo aquela mina?
Todo mundo tá vendo aquela mina
Mina com valores naturais
Extrações sem extratos numerais

Aquela mina explosiva, reativa
Reagiu. Deixou de ser passiva
Nas questões sentimentais
Quer, merece e vai ter mais

Aquela mina, sempre defensiva
Cansou da relação abusiva
Da violência opressiva
Feliz nas imagens casuais

Mas, da porta pra dentro
E pelo mundo afora
Sofre invasões sexuais
Estupro. Sem distorções nominais
Ofensas morais

Sabe aquela mina?
Sei.
Olha ela mais de quina, de esquina
No cantinho da retina
Às vezes, se culpa por padrões estruturais
A saia era curta, mas a culpa é de quem faz
A comunicação feminina
Não se cabe no Houaiss
É a sintonia mais fina
Que nem sempre se dá
nas formas verbais

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