Do alto de um prédio
De uma janela no hospital
Vejo abrir e fechar o sinal
Com som nem mono, nem stereo
Da UTI, não se ouve o motor
Nem a buzina que não para
Só se você foca e repara
Na rua, é perturbador
O pneu, o asfalto, o atrito
A comida quente na moto tem pressa
De longe, já estressa
Aquele bi bi biiiiiii...infinito
Aqui do alto vejo um relógio
Diz que 'tá' boa a qualidade do ar
32 graus e uma fumaça de engasgar
Ar bom na capital? Mentira, óbvio
Lá embaixo é tudo intenso
Do alto, minimizado
Som isolado, ar condicionado
Estou por cima, me convenço
Seja elevador ou escada
Uma hora a gente desce
O prédio lá de baixo, cresce
E se planeja a escalada
Que ao subir, não seja aqui
Onde o silêncio acústico é quebrado
Por um choro ao lado, desesperado
Tão comum numa UTI
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