quarta-feira, fevereiro 12, 2020

Silêncio no Alto

Do alto de um prédio
De uma janela no hospital
Vejo abrir e fechar o sinal
Com som nem mono, nem stereo

Da UTI, não se ouve o motor
Nem a buzina que não para
Só se você foca e repara
Na rua, é perturbador

O pneu, o asfalto, o atrito
A comida quente na moto tem pressa
De longe, já estressa
Aquele bi bi biiiiiii...infinito

Aqui do alto vejo um relógio
Diz que 'tá' boa a qualidade do ar
32 graus e uma fumaça de engasgar
Ar bom na capital? Mentira, óbvio

Lá embaixo é tudo intenso
Do alto, minimizado
Som isolado, ar condicionado
Estou por cima, me convenço

Seja elevador ou escada
Uma hora a gente desce
O prédio lá de baixo, cresce
E se planeja a escalada

Que ao subir, não seja aqui
Onde o silêncio acústico é quebrado
Por um choro ao lado, desesperado
Tão comum numa UTI

Nenhum comentário:

Postar um comentário