quarta-feira, março 13, 2013

Justo ele?

Por mais contraditório e incoerente que seja este país, precisamos destacar que a incoerência começa em nós mesmos. Dizemos algo e fazemos o contrário. Citando Renato Russo: "ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação", pergunto:

- Quem não conhece alguém que arruma notas frias para abater no Imposto de Renda?
- Quem aí sabe de fatos que poderiam ser denunciados e nos calamos?
- Quem aí nunca usufruiu do tal jeitinho brasileiro?
Resposta: Todos nós.

Somos contra muitas falcatruas políticas, mas de menor relevância, as cometemos na esquina. Não vou defender o pastor eleito para a comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano. Afinal, não tem defesa alguém que diz isso: "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição".

Mas fomos nós que o elegemos deputado. E elegemos os deputados que o colocaram no cargo. Agora, resta lamentar não conhecermos melhor nossos candidatos antes de depositamos o voto a eles na urna.

Absurdo os pensamentos desse cara? Sim, absurdo. No entanto, ninguém pode obrigá-lo a pensar diferente. Pelo menos, parece que esse é o anseio geral dos críticos ao deputado. Que tal simplesmente entender que ele pensa diferente e que, se ele infringir qualquer lei que ataque qualquer grupo, etnia ou classe, aí sim, criticá-lo como qualquer outra pessoa?

Mas, convenhamos, precisaria ser justamente um deputado com pensamentos assim, o eleito para a comissão de direitos humanos? Poderia se evitar tanta polêmica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário