terça-feira, setembro 26, 2017

Campos iguais

Tá na reeedeee
A fome, a sede
Não elas, propriamente ditas
E sim, a fome e sede de vida

Uma copa no Brasil
Não o 7 a 1 que sucumbiu
Nossa amarela seleção
Copa dos refugiados da nação

No Pacaembu, o jogo decisivo
O futebol, suado lenitivo
Na final, Marrocos e Nigéria
A bola rola, é coisa séria

À Nigéria campeã, o respeito
Os sobreviventes do preconceito
Copa onde todos competidores
Driblaram a guerra, os goleadores

Os gols? Nesse caso sim, um mero detalhe
E o placar que de fato vale
É abrirmos nossa meta pro cobrador do penal
Que ele corra pro abraço mais natural
De quem vai pra rede, seja ou não a final
E que a gente o tratasse, o abraçasse
Feito um gol no mundial

A bola vai pra rede, o chutador vibra, o juiz apita
E também por uma rede, há uma dor que limita
Um disparo e o gol que a torcida grita
Campo de guerra ou campo de jogo
Todo mundo é igual. Reflita.

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