segunda-feira, maio 03, 2010

Tô nem aqui

Jornais (em qualquer mídia), informes, livros, revistas e tudo o mais. Nos tempos atuais, fica muito fácil saber de tudo. Política, tecnologia, celebridades e claro, muito futebol. Lembrando que falta pouco pra começar a Copa do Mundo, pouco mais de um mês. Legal! Como sempre, somos os favoritos. Vai, Brasil!

Voltando ao lance de se informar. Os informativos diários são excelentes narradores de nossa história, nossa vida e nossa realidade. Parece até um seriado que acompanhamos, com ansiedade, cada capítulo. Pena que, ultimamente, só temos duas opções: suspense ou terror. Mas, comédias e romances às vezes aparecem para dar uma aliviada nos pesados e tensos episódios jornalísticos.

Boa noite! Acabou o jornal, agora vamos reunir a família para assistir à novela. Beleza! O mais novo, já com sono, começa a ensaiar o primeiro cochilo. Os outros dois, os primeiros bocejos. De quarta, depois da novela tem um futebolzinho pra dar uma relaxada e, nos outros dias, vamos rir um pouco para termos boas lembranças do dia e bons sonhos. Benhêêê, trancou a porta? Pôs o lixo na rua? Beijo de boa noite, (smack!) e até amanhã.

Bom dia, amor! Acorda as crianças! Criançada, se arruma pra escola rapidinho. Vou dar uma sapeada no jornal. Mais um dia começa, os fatos começam a acontecer. Trânsito, pequenas colisões, mais um motoqueiro acidentado na marginal, dia de sol com probabilidade de chuva no final da tarde. Faróis fechados. Malabarismo de limões ou bolinhas de tênis, independe o horário. Trocado aqui, trocado ali. Mendicância, abusos, crimes violentos e fome. Chegando ao trabalho, rola aquele stress habitual, mas vai... Passa o dia. Ou melhor, meio dia. Hora do almoço. Pra quem tem, né?
- Hora de almoço?
- Não!
- Almoço mesmo.

Satisfeito, a volta ao trabalho já começa na contagem regressiva para o final do expediente.
- Seus filhos ainda estão na escola? Será? Esqueceu deles? É por que não os ama?
- Não; os amo mais que tudo. Não os esqueci. Já estão em casa com a Cida, que cuida deles.

É perigoso vacilar com pessoas que não são de tanta confiança assim. Babás que não gostam de crianças. Professores idem. Mas são poucos, dentre muitos; contudo, tem alguns. Vai que dá o azar... Tem até pais que maltratam... Cuidado também com os loucos, doentes, estupradores e pedófilos por aí. Cuidado mesmo!

Passam as horas de trabalho no período da tarde. Seis horas. Final do expediente. Happy Hour? Talvez. De vez em quando. Mais um dia chegando ao fim. Ao retornar pra casa, feche bem os vidros do carro e não relaxe nos faróis. É perigoso.

Já em casa, olhe bem ao guardar o carro e preste atenção ao movimento na rua. Querida, cheguei! A frase da era dos dinossauros (Família Dinossauro) é praxe na chegada. Beijo de oi. Cansaço e, nada melhor que um banho enquanto sai a janta.

De banho tomado, jantar à mesa, comida para todos e com variedade, jantemos. Criançada, pra sala! Deixa a mamãe arrumar aqui. Deixa eu ver o jornal: desgraça (assassinatos), desgraça (acidentes no trânsito), desgraça (discursos políticos), alguma coisa de razoável pra boa. Intervalo. Desgraça (crimes absurdos que indignam a população, envolvendo crianças ou idosos), desgraça (atentados ao nosso bolso), desgraça (leis que nos prejudicarão ou qualquer outra ignorância social, seja ela bruta ou não). Intervalo. Mais algumas desgraças (guerras e mortes em série por acidentes de proporções gigantescas como, por exemplo, relacionados a fenômenos naturais); e, para encerrar, alguma notícia leve e geralmente, positiva. Boa noite!

Benhêêê, vai começar a novela. Depois, o humor ou o futebol e, no final de semana, vamos sair um pouquinho pra relaxar.

Como posso ficar alheio a esta estagnação e não me indignar com tudo o que ocorre a minha volta e, se vejo, finjo não ver? Se não vejo, é porque não quero... Não consigo ignorar tudo isso! Infelizmente. Mas, vai melhorar...

- Benhêêê, cadê o controle remoto da TV?

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