quarta-feira, abril 29, 2020

"E daí?"

Eu que sempre escrevi
Sobre o que vi
Sobre o que nos jornais, li, ouvi e assisti
Sobre o que senti
Sobre o que me abati
Quando refleti
Meus conceitos revi
Por vezes, desisti
De cena, saí
Ao desprezo, me permiti
Levei minha poesia, insisti
Com desdém, me feri
Mas, fingi
Está tubo bem, resisti
Continuei, não caí
Meu caderno reabri, redigi
Digitei, imprimi
À missão que vim, ainda não cumpri
Aos que se vão assim, não me despedi
A minha dor em versos e estrofes, reparti
Nem pra versos, nem pra mortes,
Ninguém ‘tá nem aí’
“E daí?”

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