segunda-feira, maio 11, 2020

A Luz do Amor que é Cega


Eu nunca fui de falar de amor nos meus versos
Ultimamente, tenho usado minhas linhas
Até pra refletir, debater comigo
Se queremos nos sentir completos
Ou buscamos só reflexos
A luz é quem dá o sentido

De quem vem em sua direção
Se vem com nitidez e perfeita
Ou só silhueta
Ou a luz ilumina a partida
O adeus, a despedida
Fica a reflexão
A decepção
A ilusão repetida

Parece refrão de sucesso
Todo mundo canta e se emociona igual
E parece que a gente não aprende
Que o coração, é na invasão o acesso
O batimento debilita o racional

E com isso, a luz que define se é partida ou chegada
Deixa a gente cego
Será que aquela frase conhecida
Que o amor é cego pode ser repensada?
Há sempre aquela pessoa convencida
Que diz: à paixão não me entrego, me nego
Pego e não me apego
Essa, quando se vê apaixonada
É a mais, digamos assim, perdida, pra não falar palavrão

Pois, a cegueira na visão
É por essa luz encontrada
Numa trilha que estava e nem sabia
Numa contínua escuridão
Nem breu nem luz em demasia

“É preciso amaaaar”
Sabendo que tem amanhã
A mente precisa estar sã
Senão o que de melhor aconteceria
Pode apostar, o pior traria
A estrada apagada, de repente iluminada
Confunde a mão da via

Pode amar, até deve eu diria
Mas amar é saber olhar
Um simples farol não pode ofuscar
Enquanto guia
Sem rota ensaiada
Numa BR perigosa
Infinitos retões
Velocidade aumenta
Tempo diminui
Falo de retas e curvas sinuosas?
Estou falando de paixões
Antes de envolver corações
Deleitam-se em colchões
Os corpos, acalenta
O prazer flui
E fui ou ela foi
E fim.

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