domingo, maio 10, 2020

Virgínia

Tempo não te faltou
Pra nos ensinar
E agora que o tempo acabou
Não deixemos o tempo levar

As memórias do seu sorriso
De sua gargalhada
O tempo ideal é impreciso
Deus quem define a data

2020, 20 de abril
Mais uma manhã dolorosa
Sempre de manhã
Com mãe, soube de manhã
Que a noite não chegaria

Nunca uma manhã chuvosa
Deixaram a chuva pros nossos olhos
Contrariando a manhã que nascia
Despedimos com flores vistosas

Você, vó, foi nossa flor, foi o jardim inteiro
De sabedoria, de amor, primeiramente, à vida
Nessas ocasiões, vemos o quanto é costumeiro
Mesmo uma floricultura, sempre colorida
Ser muito mais procurada, quando é pra despedida

Dê mais flores nos vasos, por favor
Pois, assim estão vivas
Na terra, podem florescer
Precisam de sol e calor
Como as minhas manhãs tão sofridas
Nutridas de chuva ou do regador
Presentes em vida que possam viver
Meus avós e minha mãe, 3 almas unidas
Pelo menos nos meus sonhos, prometem vir me ver?
Protejam o Artur, pra evitar minha partida
Antes da gente se encontrar,
Esperem-no, pelo menos, crescer.


---------------------------------------
Publico este poema no Dia das Mães,20 dias após a despedida de minha 'vózinha'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário