terça-feira, maio 19, 2020

Filho, deixa eu te contar...


Filho, no passado houve uma pandemia
Que matou gente no mundo inteiro
Teve um vírus que ninguém sabia
Como controlar, não tinha vacina pra aplicar
E a gente entrou em desespero

Todo mundo se ajudava
Mas, aqui no Brasil, a gente tinha um presidente
Que quanto mais o número de mortes aumentava
Mais ele ficava indiferente
Ou melhor, ele achava até graça e zombava dos pacientes

Mas, pai, como assim? Não teve votação pra escolher?
Teve, filho, mas, não sei como explicar, como te dizer...
As pessoas o escolheram pra colocar no poder
Mas, pai, você tá me dizendo que ele enganou todo mundo pra se eleger?
Bem, filho, não é que ele enganou
Ele sempre se mostrou que tinha esse jeitão
Mas, então
Pai, as pessoas o escolheram por quê?

Pois é, eu acho que isso eu posso te responder
Elas se identificaram com esse jeito de ser
Você tá me dizendo que as pessoas são más nesse nível
Pois é filho, por mais que pareça incrível
É a realidade
Se bem que pra falar a verdade, deixa eu te explicar melhor o que aconteceu
Nessa época esse cara que negava a pandemia
Mesmo com o tanto de gente que morreu
Mesmo com a dor das famílias que alguma dessas pessoas perdeu
Ele disputava com um partido que tinha ficado na presidência
O PT, liderado por um outro cara que era por muitos amado, mas por mais gente ainda odiado
Por quê?
Sabe aquele moço do jornal que a gente vê
Então, no passado, eles sempre amenizavam quando tinham que falar de um partido
Mas, quando era com o PT, o negócio era pesado
Não que não foi merecido, lá tinha um monte de bandido
Que muito dinheiro já tinha roubado
Mas, era bem definido
Que conforme o lado, era socado ou então acolhido

Mas, pai, deixa eu entender melhor o negócio da pandemia
Chegou um vírus e contaminou todo mundo?
Não, filho, foi se espalhando, no comércio, na rua, no transporte coletivo
Só que os médicos, enfermeiros, todos os órgãos que tinham poder decisivo
Explicaram que precisaria parar o movimento e só sair quem fosse médico pra dar atendimento
Quem fosse vender alimento, medicamento,
Quem entrega comida de moto, de bicicleta
Ensinaram, tardiamente, que a máscara era uma ação correta
Pra evitar o proliferamento

Mas, filho, o mundo sofreu com isso
A gente sofreu ainda mais por negar o risco
E nosso risco subia, subia
Mas, uma hora acabou e eu nem lembro bem como foi
Não lembro quantos morreram no final
Mas, uma coisa eu lembro
De todos os políticos que tivemos
Por mais corruptos que foram
E olha que a corrupção sempre foi geral, institucional
De proporção imoral
Não sei se pela pandemia aprendemos
Não acredito que as pessoas mudaram
Mas, esse, ficou num livro a parte
É bom que relembremos
Pra não fazer de novo igual
O nome desse ser nem é bom que falemos
Mas é algo que parece com boçal.

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