sexta-feira, dezembro 25, 2020

Desce a Primitiva


A Osasco que já pedalei
Que percorro em duas rodas
Tem em sua principal via
O caminho que corta
Que atravessa de São Paulo a Carapicuíba
Seja na volta ou na ida
Tudo está em volta, 
na saída da avenida
Autônomos, automóveis, Autonomistas
Automoças, se auto-vendendo, se auto-alugando
Autorizando serem conquistas

Viaduto, faculdade, shoppings, estação
Osasco é continental na sua união
A Câmara Municipal também está nessa direção
Sentido capital, lado direito da mão (e 'tá bem à direita lá dentro)
Tem o canteiro central, do outro lado o hospital
Cruzeiro é moeda antiga, não vale não

Ao lado, a Primitiva
Mais respeito
A "Dona" Primitiva Vianco
Rua que vende roupa, uns tecidos
E umas lojas de artigo santo
Tem umas lojinhas daqueles quase vencidos
Intercalando com uns bancos
Tem o Floresta, com seus históricos bailes
E pra quem toca, é o que tem por aqui como plano
Pra corda, palheta, que precise pra agora

Agora, lá no finalzinho, aí já se ouve
"Olha o Doutorzinho", "Suflair, 3 por 10"
Aquela fumaça deliciosa do churrasquinho
Caiu pra direita no farol, é mesa na calçada e barzinho

Pra esquerda, tem a estação, o bicicletário
Particularmente adoro quando ali na frente
Tem feira de artesanato, gastronomia ou stand literário
Ali também é contraditório
O quanto é precário

O guarda civil, sua viatura, sua base
Nesse mesmo ponto, fazem base
Quem anda sem base nenhuma
Quem o ponto de luz é uma ponta
Uma ponta baseada na fumaça
Que quem acende, se apaga
Apagados aos olhares de quem passa
Nunca passa dessa cena
Todo dia repete a mesma

Fardas, viaturas, uniformes, pressa, escada rolante
Trem, guarda-chuva, flores e balas
Pessoas que deixamos de enxergá-las
Em meio aos carrinhos de dog e refrigerante
Esperamos o tempo levá-las... valas
E no meio do caminho, no meio dos carrinhos, tem uma pedra
A sede e a fome que não podemos matá-las.

Nenhum comentário:

Postar um comentário